sábado, dezembro 10, 2005

Bem...

Regressando à estória do cabo e do dvd...

Porque paguei um valor absurdo por vinte centimetros de metal e polimeros? A verdade é que não foi isso que eu paguei. O valor acrescentado se encontra no cabo, mas sim no software que permitir usufruir, através do cabo, dos conteudos do meu telemóvel num pc. E porque não usei o software original do telefone? Simplesmente porque não o comprei.

O telefone foi um perdido por uma beta, numa noite de rebaldaria. Podem achar arrogante da minha pessoa chamar beta à rapariga, mas vejam só: tinha um telemóvel topo de gama, próprio de beta; o telemóvel tinha uma capinha digno da betaria mais avang gard; as duas últimas mensagens que entraram no telemóvel diziam "devolve o telemóvel, porque a minha irmã está farta de chorar" e "gasta o resto do dinheiro, devolve o telemóvel que ainda te damos 60 euros. Senão vamos bloquear o telemóvel"; nunca se ter dado ao trabalho de realmente bloquear o telemóvel; o toque de escolha era a musica da berra, dos Daweasel. E como beta digna de nome, já que teve a proeza de perder um telemóvel novo em folha, ao menos podia ter tido a decência de deixar os cabos, cd's e auriculares no mesmo local em que deixou o telemóvel. Mas népia: além de beta demonstrou ser muito antipática e de ter pouco espirito desportivo.

Com o tempo a memória do bicho encheu-se de fotografias e videos pessoais, e era necessário esvaziá-lo urgentemente, pois ele está ao serviço de vários amigos cujo dom da fotografia dá muito bom uso à camara do telemóvel. E são fotos de verdadeira qualidade, nada de cenas de betarias ou fotos esteriotipadas.

A experiência do DVD era algo que também vem de outros campeonatos. Há cerca de três meses resolvi fazer uma pequena dvdteca com os filmes que realmente me marcaram. Ao experimentar o "fight club" no meu pc, em casa, fiquei de queixo caído, e olhos esbugalhados, ao constatar que o media player pura e simplesmente se recusava a reproduzi-lo. Estava eu na posse de um dvd genuíno, com uma grande pica para ver o filme pela enésima vez, e o pc dizia-me NÃO. Estudei o problema, procurei na net, informei-me nos locais correctos. A solução aparente era descarregar a versão "trial" de software que me permitisse ver o dvd. Aceitei as condições, e descarreguei o programa. Quase feliz, re-inseri o disco na ranhura: desta vez queriam que registasse (compreenda-se pagasse) uma licença. Comecei a ficar cansado de tanto rodeio para ver o filme. Estudei o problema, procurei na net, informei-me nos locais correctos. Uma hora depois já dispunha de um programita que me permitia forjar uma licença, e assim usufruir o bem que tinha adquirido, num bem que tinha adquirido.

Cerca de um mês depois comprei mais um dvd: A vida de Brian. Outro computador, outro dvd, o mesmo fandango: queria ver e a resposta era NÃO. Tentei resolver a questão a bem e pacificiamente, instalando o software de visualização de dvd, com a repectiva licença. Pedi depois ao reproduzisse o dvd: o PC negou-se... Experimentei utilizar o software indicado pelo fabricante do PC para reproduzir o dvd: o PC negou-se... Formulei o desejo mental de que os fabricantes de software se fossem todos reproduzir para o raio que os parta, e deixei de lutar. Cliquei num programa de distribuição livre que tinha no PC, tentei a sorte: et voilá. Abençoei as almas daqueles codificadores que lutam para livrar os leigos informáticos das encruzadilhas sombrias da protecção de direitos de utilização de software.

Foi devido a esta experiência tramática que perdi o amor a 50€, e comprei o software que acompanhava o cabo. Mas nem por isso a instalação foi pacifica: o software era apenas para ligar o cabo ao PC. Para conseguir aceder ao telemóvel a partir do portátil foi ainda necessário andar a passear pelo site da Nokia, e fazer o download de mais um porção de software.

P.S.- Em certas circunstâncias até teria devolvido o telemóvel, pois não é do da minha natureza adonar-me de algo que não seja meu. Mas a verdade é que só li as mensagens um mês depois de elas terem sido escritas. E como é sabido, as pitas betas encarquilham num prazo de quinze dias, quando não têm telemóvel, e assim sendo, ou a beta já tinha uma nova coqueluche ou já não fazia parte deste plano de existência: qualquer que seja o caso... olha... aguente-se... para a próxima não se meta em cavalgaduras desenfreadas com o telelé novo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Já que hoje tirei o dia para escrever é obvio que tu tb na me escapavas :p
1º de tudo, você refila mas dê-se por contente por ter encontrado tal objecto…não é todos os dias que se acham telemóveis por ai, e ainda por cima topo de gama.
2º, dizes que a tal que tu intitulas por “Beta” perdera o telemóvel numa noite de rebaldaria, hmn… suspeito ^o) O que estiveste lá a fazer, nesse preciso momento nesse preciso instante para saberes isso?!? Não me digas que tu foste o motivo de tal situação??! Se sim, é obvio que uma pessoa se desconcerta e tal, e não há condições!!!
3º Lugar podia muito bem já me ter posto a par da situação, pelo menos não necessitavas de perder o teu belo tempinho à procura de um software nokia que conseguisse aceder o telemóvel a partir do portátil. Querido, peca de tempo, já que o tenho em minhas posses, até me foi instalado no meu portátil! :P
4º e ultimo, em relação ao PC e Dvds que te dão volta ao miolo, o melhor mesmo é pedires ao Pai Natal que te dê um leitor de DvdS, tá barato e tudo, pode ser que ele seja generoso! :) Pelo menos acabas com esses traumas!