quinta-feira, dezembro 29, 2005

Blues From An Airplane by Jefferson Airplane


Do you know how sad it is to be a man alone
I feel so solitary being in my home without you
I don't know what to do and
I don't know where you are
I can see my life is meant to fall apart some day
Just to be a simple man who sadly goes his way got no girl so
I got no world and
I got no words that I'll say
hey hey woman make me happy like I've never known before
say you have ever known no heart fore me anymore
something new, what's that sound around my heart
I feel something new,
I'm sure your love you've given must be real I know and
I'm sure of how I can be the man I feel,
I can be the man I feel


P.S.- um rebuçado a quem me ensinar os acordes...

quarta-feira, dezembro 28, 2005

a beleza deste texto (que encontrei no diariodigital) obriga-me a publicá-lo no meu blog.


O Natal, como há 200 anos
Paula Isabel Santos


«Estava terrivelmente frio. Nevava e tinha começado a fazer noite escura. Era também a última noite do ano, véspera de ano novo. Naquele frio e naquela escuridão, caminhava pela rua uma rapariguinha pobre de cabeça descoberta e pés descalços. Num avental velho levava uma quantidade de fósforos e na mão um molho deles. Ninguém lhe comprara nenhuns todo o dia, ninguém lhe dera um pequeno xelim! Com fome e gelada caminhava, e tão infeliz a pobrezinha (...) De todas as janelas brilhavam luzes e cheirava muito bem a assado de ganso ai na rua.»

Assim começa a história «A rapariguinha dos fósforos», de Hans Christian Andersen, de quem se comemorou este ano o bicentenário do seu nascimento.

Esta história, com quase 200 anos mostra-nos uma sociedade de consumo, de reboliço e de afazeres, preocupada em realizar com pompa e circunstância a festa de passagem de ano, numa época natalícia.

Mas é esta mesma sociedade que deixa morrer de frio e de fome uma pobre menina. « ... A rapariguinha com as faces vermelhas e um sorriso na boca... Morta enregelada na ultima noite do velho ano.»

Havia queimado os fósforos para se aquecer, mas a sua efémera chama mais não fez mais do que acelerar um momento de alucinação através do qual a menina vê a avô, e vê o paraíso.

Talvez esta história, volvidos que foram todos os avanços da medicina, volvida que foi a revolução informática, continue a ser real, poderia ter sido contada ontem , hoje ou amanhã.

Numa altura em que a preocupação com a abundância é grande, sobretudo nas vésperas de natal, onde uma farta fatia da sociedade sacia a vista e empanturra os sacos de presentes e de comida, dentro dos centros comerciais, sem saber muito bem porque... talvez por ser Natal... e outros, do lado de fora dos mesmos, esvaziam mais uma vez o olhar de esperanças, sabendo muito bem porquê.

Talvez a sociedade alucine, tal como alucinou a jovem menina, perante o sofrimento de fome, medo, solidão e frio, a sociedade alucina com cartões de crédito e muitos embrulhos, muitos sacos.

Mas qual será de verdade o verdadeiro espirito de Natal?

Será que a sociedade hoje, é capaz de agir e reagir de modo diferente da sociedade de há 200 anos atrás? Ou será que se trocaram apenas os cenários? A rapariguinha dos fósforos de Hans Christian Andersen morreu enregelada no cantinho de uma rua, na noite de passagem de ano, perante o olhar vazio (sobretudo de coragem e determinação) da sociedade. Hoje, não neva, mas morrem e agonizam nos cantos de algumas casas, meninas e meninos vitimas não só de abandono, mas de maus tratos. Vítimas do que de pior existe no homem: maldade pura de alguns e passividade de outros.

24-12-2005 18:24:25

domingo, dezembro 25, 2005

...Existem dois livros que considero bastante especiais devido à forma bela em como nos apresentam lições de vida tão importantes de uma forma tão simples. Utilizando a cortina da inocência apresentam-nos, pela sua estória, dois alicerces fundamentais à nossa felicidade como humanos: um dos segredo do amor e a beleza do brilho da amizade.

Poucos livros conseguem criar um nível de empatia de tal ordem que o seu desfecho fatalista arrasta uma lágrima do fundo do coração. O Principezinho, é um desses livros arrebatadores. É uma obra prima, pois mascarado numa estória infantil, cheia de inocência, encontra-se uma lição de vida muito dirigida aos adultos: "o essencial é invisivel aos olhos".

No mundo adulto, quando o deslumbramento da descoberta do mundo é substituído pelo pragmatismo do pão de cada dia, algo de muito importante é secundarizado: a importância da dimensão da amizade nas nossas vidas. Nos anos verdes o tempo é-nos oferecido em excesso, e a descoberta do mundo canaliza a nossa curiosidade para relacionamentos com aqueles que nos rodeiam, e a nossa energia tranforma esses relacionamentos em brincadeiras, discussões, amores, paixões, ódios e amizades. Nesse contacto com os que nos rodeiam, no fluxo do tempo que nos absorve, no sentir do mundo que nos envolve, o doce sabor efémero desses momentos é mascarado pelo deslumbramento dos sentidos.

Só quando o sol se põe apreciamos o esplendor do seu espectro de cores, e enquanto a noite se arrasta sentimos quão fria é a vida na sua ausência. Assim, acordamos várias vezes durante a vida adulta: em meio da noite gelada, aquecidos pelos raios de luz que se armazenaram nos nossos corações, sonhando a beleza da aurora.

o Principezinho é o meu Yin, Siddartha é o meu Yang.

Herman Hess, na sua escrita dança com as palavras, e neste conto relata a estória de um asceta Hindu, e da sua busca pela felicidade e pelo sentido da vida. É um tema recorrente, que nos assombra regularmente. Durante o seu caminho de vida, o asceta experimenta tanto a privação extrema como o excesso da luxúria, e finalmente encontra a sua resposta ao escutar a serenidade de um rio: que a dimensão do amor é a essencia da vida, e que esta dimensão não se consegue exprimir plenamente quer pelas palavras, quer pela dissertação.

Só vivendo e plenamente amando se reconhece o amor. Só plenamente amando a vida tem sentido. E o saborear da amizade é o reconhecimento da presença do amor por aqueles que connosco partilham o Reino...

sábado, dezembro 24, 2005

Espero que a noite de natal seja maravilhosa :)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Natal é altura dos grandes jantares, com pequenas trocas de prendas, o que para mim é uma alegria, pois adoro o desafio de encontrar a prenda "perfeita". Dar uma boa prenda não é tão fácil e simples quanto parece, pois tem de obedecer a dois grandes factores: que a personalidade de quem oferece esteja, de uma forma subtil, presente, e quem receba goste da oferta.

Como detesto oferecer más prendas evito oferece-las a muita gente, pois o meu orçamento pessoal é reduzido, e por isso esmero-me nas oportunidades que se apresentam nos "jantares de Natal".

Este ano, no sorteio, fui contemplado por alguém com quem simpatizo bastante, mas que tem uma personalidade muito característica. Senti o grau de dificuldade bastante elevado, e por isso ainda mais agradável foi aceitar o desafio. Mais ainda porque já tinha uma prenda semi-decidida, o que, temos de admitir, facilita bastante a escolha...



...Deixei a compra para o dia anterior ao jantar. Como bom português confio na sabedoria da ultima hora. Além disso, embora tivesse muito prazer em partilhar a prenda que tinha pensado, não sentia que ela fosse recebida na plenitude que merece.

Fui à FNAC e diambulei. Procurei o que inicialmente tinha decidido oferecer, mas hesitei. Era uma boa prenda, com bastante qualidade, e com bastante significado, mas faltava-lhe o toque da perfeição. E a perfeição de uma prenda exite quando esta é simultânea e excepcionalmente agradável tanto para quem oferece como para quem a recebe.

Vagueei e vagueei, por entre mostruários e armários, entre poesia e prosa, entre novidades e reedições, perdido na minha indecisão entre comprar aquele livro maravilhoso que já estava escolhido, ou deixar-me levar pelo instinto e encontrar algo que eu sentisse realmente adequado ... Sentia-me inconfortável, pois o desafio estava perdido: a prenda perfeita não aparecia, nem eu a conseguia encontrar.

No meio de tanta indecisão a resposta encontrou-me. Mais que isso: foi sussurrada no meu ouvido. Estava a ver uns livros e sou atropelado por uma conversa de duas ragazzas "e será que têm as leis de Murphy?". Pensei para mim -e muito honestamente, esse foi o meu pensamento na altura- "quem sou eu para desperdiçar um pequeno milagre?".

Perguntei pelo livro. Não tinham em stock. Subi o Chiado, e entrei na Bertrand. Perguntei pelo livro: enviaram-me para a sala 2. E lá comprei "as leis de Murphy para o século XXI". Na noite seguinte, durante a troca de predas, observei atentamente o destinatário antes, durante e após ter desembrulhado o presente. As lágrimas de alegria, e o modo como percorria o livro eram indicadores honestos, sinceros e maravilhosamente agradáveis: o desafio fora vencido...

...E tudo graças a um milagre, pequeno e simples, que por muito pouco quase me passava despercebido. Mas mesmo pequeno e simples, foi um adorável milagre de Natal.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Esta é uma prenda antiga, oferecida por uma pessoa que nunca conheci, num tempo que já passou...

Partilho-a, em nome desse tempo, e para que nunca me esqueça da muito amada Ovelha...




Sheep Dream, by Cracker

Little light shining,
Little light will guide them to me.
My face is all lit up,
My face is all lit up.
If they find me racing white horses,
They'll not take me for a buoy.


Let me be weak,
Let me sleep
And dream of sheep.


"Attention shipping information in sea areas...Bell Rock, Tiree,
Cromaty, gale east...Malin, Sellafield..."

"Come here with me now."
Oh, I'll wake up
To any sound of engines,
Ev'ry gull a seeking craft.
I can't keep my eyes open--
Wish I had my radio.


I tune in to some friendly voices
Talking 'bout stupid things.
I can't be left to my imagination.


Let me be weak,
Let me sleep
And dream of sheep.


Ooh, their breath is warm
And they smell like sleep,
And they say they take me home.
Like poppies heavy with seed
They take me deeper and deeper.


quarta-feira, dezembro 21, 2005

O Natal aproxima-se. Pum... pum.... pummmm... Já se ouvem os seus passos a chegar...

Abençoada seja esta quadra festiva, devido à sua diversidade e variedade de opções:

- temos o Natal dos pequeninos, que esperam avidamente as prendinhas que irão agradecer a uma figura mitica;

- o Natal do consumismo, em que se queima desenfreadamente algum dinheirinho que se podia forrar;

- o Natal das luzes, que alegram as nossas ruas dando cor aos dias cisudos de inverno;

- o Natal dos mais humildes, onde, por caridade, têm direito a uma refeição com dignidade;

- o Natal dos jantares, onde o argumento obrigatório da presença permite liberdades reprimidas nos escritórios;

- o Natal das férias escolares, que é coroado pelos excessos do fim de ano;

- o Natal da reunião de família, onde se relembra os laços que nos unem;

- o Natal do amor em Cristo.

Em qualquer uma das suas cores, um bom natal para todos =)


terça-feira, dezembro 20, 2005

Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio de maionese e começou a enchê-lo com bolas de golfe. A seguir perguntou aos alunos se o frasco estava cheio. Todos estiveram de acordo em dizer que sim.

O professor pegou então uma caixa de fósforos e vazou-a para dentro do frasco de maionese. Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe. O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que sim.

De seguida o professor pegou uma caixa de areia e vazou-a para dentro do frasco. A areia preencheu todos os espaços vazios e o Prof. questionou novamente se o frasco estava cheio. Os alunos responderam-lhe com um sim em coro.

O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes riram-se.

Quando os risos terminaram, o professor comentou: - Quero que percebam que este frasco é a vida. As bolas de golfe são as coisas importantes, como a família, os filhos, a saúde, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisas que mesmo que perdêssemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia. Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro, etc. A areia é tudo o resto, as pequenas coisas.

Se primeiro colocamos a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe. O mesmo ocorre com a vida: se gastamos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes. Preste atenção às coisas que realmente importam. Estabeleçam as vossas prioridades, e o resto é só areia.

Um dos estudantes levantou a mão e perguntou: - Então e o que representa o café?
O Prof. sorriu e disse:- Ainda bem que perguntas! Isso é só para vos mostrar que, por mais ocupada a vossa vida possa parecer, sempre há lugar para tomar um café com um amigo.

Quando as coisas da vida te parecerem demasiadas, lembra-te do frasco de maionese e café.

terça-feira, dezembro 13, 2005

A justiça serve-se fria, como a vingança. A diferença entre ambas encontra-se essencialmente travo que deixam no palato (amarga primeira, doce a segunda), e na forma como a cegueira da justiça é totalmente complementar ao descernimento da vingança. De qualquer modo frias ambas se saboreiam.

Há uns dias a esta parte a senilidade encarnada que é Soares foi confrontado com certas (más) acções que teve no passado. Num episódio de campanha de rua foi humilhado por um ex-combatente, que o acusou de "ajudar os turras a matar portugueses", pelo financiamento militar dos combatentes africanos com dinheiros resultantes de um assalto a um banco, em mil novecentos e troca o passo.

Senti-me imensamente solidário com o veterano de guerra. Aquela alma é um dos muitos sacrificados da sociedade, que perderam parte da sua juventude a lutar inglóriamente por terras e riquezas que nunca foram suas, enquanto um advogado obscuro ia enriquecendo com diamantes dos "inimigos do estado". Tempo passou, a guerra acabou, e o soldado foi humilhado com a derrota de uma pensão de guerra irrisória, enquanto o advogado prosperou, enriqueceu e capitalizou, quer politica como economicamente, com o fim da guerra, tornou-se presidente carismático, senhor previligiado de portugal.

À luz do tempo a verdade brilha, e, quando a sociedade exorcisou finalmente os fantasmas gémeos do fascismo e do comunismo, este antigo senhor, antes visto como campeão incansável da liberdade e da democracia, aparece-nos com todo o seu explendor de arrogância e oportunismo, fazendo a sua passeata pela liberdade com as roupas que só "os inteligentes conseguem ver".

Em verdade o rei vai nú, despido de ideais e de ideias, envaidecido pela senilidade, e sem descernimento para a nova realidade que o envolve. Os oitenta morreram à muito tempo, mas na mente deste senhor a guerra politica que caracterizou esse periodo continua viva, e talvez seja por isso que, sem pudor, o senhor da politica se sirva das mesmas armas que utilizou à vinte anos atrás, incapaz de ver que há muito foram corroidas e enferrujadas pelo tempo.

O pobre soldado pediu justiça, provavelmente tentou falar a palavra da verdade, apenas para ser amordaçado pelos interesses instituidos, que valorizam mais a reputação do que as boas acções. Pouco mais que um murro consegui disferir, mas conseguiu atingir e enxovalar a já maculada campanha politica onde se pavoneia um senhor tolo e politicamente moribundo. Só tenho pena que em vez do punho e de um velho jornal, o senhor soldado não tenha utilizado daquelas pedras bem grandes, para de uma vez por todas fazer o abutre politico voar para terras bem longinquas.

sábado, dezembro 10, 2005

Bem...

Regressando à estória do cabo e do dvd...

Porque paguei um valor absurdo por vinte centimetros de metal e polimeros? A verdade é que não foi isso que eu paguei. O valor acrescentado se encontra no cabo, mas sim no software que permitir usufruir, através do cabo, dos conteudos do meu telemóvel num pc. E porque não usei o software original do telefone? Simplesmente porque não o comprei.

O telefone foi um perdido por uma beta, numa noite de rebaldaria. Podem achar arrogante da minha pessoa chamar beta à rapariga, mas vejam só: tinha um telemóvel topo de gama, próprio de beta; o telemóvel tinha uma capinha digno da betaria mais avang gard; as duas últimas mensagens que entraram no telemóvel diziam "devolve o telemóvel, porque a minha irmã está farta de chorar" e "gasta o resto do dinheiro, devolve o telemóvel que ainda te damos 60 euros. Senão vamos bloquear o telemóvel"; nunca se ter dado ao trabalho de realmente bloquear o telemóvel; o toque de escolha era a musica da berra, dos Daweasel. E como beta digna de nome, já que teve a proeza de perder um telemóvel novo em folha, ao menos podia ter tido a decência de deixar os cabos, cd's e auriculares no mesmo local em que deixou o telemóvel. Mas népia: além de beta demonstrou ser muito antipática e de ter pouco espirito desportivo.

Com o tempo a memória do bicho encheu-se de fotografias e videos pessoais, e era necessário esvaziá-lo urgentemente, pois ele está ao serviço de vários amigos cujo dom da fotografia dá muito bom uso à camara do telemóvel. E são fotos de verdadeira qualidade, nada de cenas de betarias ou fotos esteriotipadas.

A experiência do DVD era algo que também vem de outros campeonatos. Há cerca de três meses resolvi fazer uma pequena dvdteca com os filmes que realmente me marcaram. Ao experimentar o "fight club" no meu pc, em casa, fiquei de queixo caído, e olhos esbugalhados, ao constatar que o media player pura e simplesmente se recusava a reproduzi-lo. Estava eu na posse de um dvd genuíno, com uma grande pica para ver o filme pela enésima vez, e o pc dizia-me NÃO. Estudei o problema, procurei na net, informei-me nos locais correctos. A solução aparente era descarregar a versão "trial" de software que me permitisse ver o dvd. Aceitei as condições, e descarreguei o programa. Quase feliz, re-inseri o disco na ranhura: desta vez queriam que registasse (compreenda-se pagasse) uma licença. Comecei a ficar cansado de tanto rodeio para ver o filme. Estudei o problema, procurei na net, informei-me nos locais correctos. Uma hora depois já dispunha de um programita que me permitia forjar uma licença, e assim usufruir o bem que tinha adquirido, num bem que tinha adquirido.

Cerca de um mês depois comprei mais um dvd: A vida de Brian. Outro computador, outro dvd, o mesmo fandango: queria ver e a resposta era NÃO. Tentei resolver a questão a bem e pacificiamente, instalando o software de visualização de dvd, com a repectiva licença. Pedi depois ao reproduzisse o dvd: o PC negou-se... Experimentei utilizar o software indicado pelo fabricante do PC para reproduzir o dvd: o PC negou-se... Formulei o desejo mental de que os fabricantes de software se fossem todos reproduzir para o raio que os parta, e deixei de lutar. Cliquei num programa de distribuição livre que tinha no PC, tentei a sorte: et voilá. Abençoei as almas daqueles codificadores que lutam para livrar os leigos informáticos das encruzadilhas sombrias da protecção de direitos de utilização de software.

Foi devido a esta experiência tramática que perdi o amor a 50€, e comprei o software que acompanhava o cabo. Mas nem por isso a instalação foi pacifica: o software era apenas para ligar o cabo ao PC. Para conseguir aceder ao telemóvel a partir do portátil foi ainda necessário andar a passear pelo site da Nokia, e fazer o download de mais um porção de software.

P.S.- Em certas circunstâncias até teria devolvido o telemóvel, pois não é do da minha natureza adonar-me de algo que não seja meu. Mas a verdade é que só li as mensagens um mês depois de elas terem sido escritas. E como é sabido, as pitas betas encarquilham num prazo de quinze dias, quando não têm telemóvel, e assim sendo, ou a beta já tinha uma nova coqueluche ou já não fazia parte deste plano de existência: qualquer que seja o caso... olha... aguente-se... para a próxima não se meta em cavalgaduras desenfreadas com o telelé novo.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Bem... Antes de tudo permito-me acrescentar que a aventura do dia do consumismo não ficou totalmente descrita. Publiquei pois de tanto demorar demasiado a relatar os eventos acabei por perder o fio condutor inicial no emaranhado dos meus pensamentos.

Bem... Após uma hora e tal de configurar contoladores, procurar software na net, coiso e tal, fui ver o belo jogo Sporting / Porto.

Não sou um fanático, muito pelo contrário, mas aprecio bastante uma boa partida de futebol bem regada por uma cervejinha fresquinha. Mais uma vez senti-me defraudado. O jogo foi, no máximo, mediocre. Ao menos as jolas salvaram a noite, e a perda não foi total (a 0,50 €...)

Para terminar um belo dia de consumo desenfreado tomei rumo, com quem me acompanhou, para a sessão da meia noite no shopping. Comprei pipocas (sei que são caras, mas sou fanático por pipocas e castanhas...) e sentei-me na terceira fila a contar do ecrã (se é cinema, e já que tenho de cuspir graveto, reservo-me o direito a ver imagens BEM GRANDES!!!!). O filme começou, e em pouco tempo confirmei a minha opinião de que o Harry Potter não é um filme em que eu esteja muito interessado. Pode ser da minha veia sexista, mas não consigo deixar de encarar a série como uma versão do Senhor dos Aneis escrita por uma gaija para gaija, mas isso é toda uma reflexão que não irei fazer agora.

Eu começava a bufar de tédio, e a dedicar atenção quase exclusiva às pipocas quando fui salvo pela intervenção divina. O meu colega do lado começava a dar sinais de incómodo devido ao excesso consumista a que se submeteu na tasca. Não tinha o filme alcançado os cinco minutos de exibição e eis que se dá o milagre das transformações: de pessoa passou a cuba de fermentação, e de cuba de fermentação a pipa rebentada em tempo record. Não me contive e ri-me compulsivamente. Ponderei limpar, mas não convém andar com uma esfregona a passear durante a rodagem do filme. Levantámo-nos e saimos, ambos aliviados à sua maneira.

A noite terminou com um passeio bastante agradável. O estado do meu companheiro inspirava atenção, e por isso acompanhei-o a casa. A noite relativamente amena, o ar fresco da noite, a rua vazia de pessoas foram uma benção que saborei, e que compensou em muito o dinheiro investido....

domingo, dezembro 04, 2005

Irmão. Ficaria maravilhosamente feliz se pudesse partilhar o dia de hoje contigo.

Infelizmente a partida também faz parte da vida. Fica a saudade, fica um vazio, ficam as memórias e momentos partilhados.

E obrigado pelo muito que me ensinas-te.

sábado, dezembro 03, 2005

Embora este blog não pretenda ser um diário da minha vida, ou algo que se pareça, existem dias cuja linha condutora comum merece reflexão...

Comecei o dia na Avenida. Dispunha de bastante tempo para perder em trivialidades, e tomei rumo a uma loja de música que se encontra na Rua de São José. Procurava preços para uma guitarra de cordas, uma vez que a minha fiel viola se encontra em inutilizada. Tinha iniciado uma jornada pelos meandros do consumismo mais puro...

Entrei na loja e interpelei o dono. Respondeu-me que havia vendido uma no dia anterior, e por isso não dispunha de nenhuma na loja. Mostrou-me outras violas, acusticas e semi-acusticas, e depois, motivado pela possibilidade de uma venda, telefonou ao fornecedor. Poucos minutos depois ficou combinado um dia (na próxima terça feira), um modelo (ZS 12 cordas, semiacustíca), um preço (240 €) e um desconto. Saí da loja rendido à ideia de empenhar um pouco dos meus rendimentos em sacrificio ao prazer da música.

Entrei no metro, e rumei aos olivais, não imaginando sequer que pouco depois estaria de volta à Baixa, e iniciaria um mini frenesim consumista.

Encurtando a estória, a meio da tarde encontrava-me no Largo do Calhariz para levantar a carta verde (por ironia, e devido ao pagamento do seguro do carro ainda não estar no sistema informático, estima-se que só para terça a consiga obter). Aproveitei a viagem para comprar uns livros que há muito quero oferecer, e o DVD "A Vida de Brian" para a minha pequena dvdeteca. O passeio terminou no Espinheira, onde comprei uma garrafinha de ginjinha sem elas.

Regressei aos Olivais. Reservei a noite para ver o filme, mas não me contive e coloquei-o no portátil... Que banho de água fria... Nem Media Player, nem Windvd reproduziram o dito. Constantemente davam erro devido à protecção dos direitos de autor. Senti-me defraudado e atraiçoado. Tinha gasto um pouco do meu salário para saborear um prazer que agora me era injustamente negado. Após muitas tentativas frustradas resignei-me. Nada podia fazer. Não tinha direito de ver o dvd que comprei!

Fui jantar. Pita Shoarma... Passei por uma loja e comprei um cabo para ligar o telemóvel ao PC, e assim conseguir passar as fotos e filmes. 10 contos... que abuso por um cabo de ligação, que mais não que de cobre e borracha.

Voltei ao meu cantinho, jantei e passei hora e meia a configurar e acertar os detalhes da ligação do PC e do telele... Tanto tempo perdido.

Bem... Agora que terminei a introdução vamos ao grão...

Como já referi considerei bastante injusto o facto de me privarem de ver um filme que comprei, num portátil que tenho em meu poder. Que raios.... Aqui estou eu, anticonsumista assumido, defensor da liberdade de ouvir musica e de ver filmes liberto dos constrangimentos comerciais impostos por moralidades obscuras a investir o meu capital e a cumprir certos protocolos comerciais, para, no que no fim, ser lixado por protecções comerciais.

Vivemos numa sociedade de consumo, onde se desrespeita quem trabalha duro e se tem deveres e obrigações para com os que são previligiados pelo sistema. E quanto a mim.... O que posso fazer para mudar isso? Em verdade nada. Não posso mudar o mundo, nem as leis que o governa.Mas só porque tenho de viver no rebanho, serei obrigado a ser arrastado pelo seu divagar cego? Recuso-me!