terça-feira, junho 21, 2005

A nova série da SIC, desperate housewives, apanhou-me desprevenido. Num domingo à tarde de final de campeonato, devido a uma sequência anormal de eventos, encontrava-me a olhar para aquele monstro que debita som e luz, e a que chamamos televisão.

O episódio piloto surpreendeu-me pela complexidade do argumento, a consistência das personagens, a qualidade da fotografia e os corpos sumarentos das gajas. Criei grandes expectativas, e desde então tenho dedicado uma a duas horas do meu domingo a observar e desenvolver do enredo, o descobrir de mistérios, e o aprofundamento das relações das personagens.

Infelizmente, como muitas coisas deste mundo, fiquei desiludido ao perceber que tipo de produto me está a ser imposto: não é uma obra de arte, mas apenas mais um produto de consumo direccionado a um mercado especifico. A série, etiquetada de culto pelos seus promotores não passa de uma soap opera com uma cadência vertiginosamente rápida. Situações surreias, inverosímeis e excessivamente estereotipadas se sussedem a um ritmo vertiginoso, em acções conduzidas por musas de corpo perfeito, cuja vida jamais lhes ensinou a realidade suburbana que a série tenta recriar.

A conclusão que me fica é que DH não passa de uma nova versão do Sexo e a Cidade, onde, por conveniência e distinção de produto, a personagem central foi removida do enredo (aliás, o seu suicidio é o ponto de partida das aventuras das quatro malucas) e a acção se desenrola num ambiente menos cosmopolita.

Um 90210 dedicado às donas de casa...

sábado, junho 18, 2005

Hoje foi um dia em que venceu a democracia, pois, após 30 anos, a extrema direita finalmente teve direito a sair à rua, de cara destapada. Embora não comungue a ideologia por eles pregada, nem por isso deixo de aplaudir a democracia por permitir que todos expressem as suas ideias e convicções: essa é a verdadeira utupia da liberdade de expressão.

Além disso, a existência da própria manifestação é um sinal de que algo está incorrecto na sociedade portuguesa, e de que o rumo das recentes politicas tanto económicas como sociais apenas agrava ainda mais o que não está certo.

Não concordo com as teorias nem ideias dos manifestantes, mas a sua existência é prova de que algo está muito mal...