sexta-feira, junho 30, 2006

O autocarro percorria a distância que me separa de casa com a prevista e sempre habitual morosidade. Três horas enfiado numa lata compartilhada sem óleo para me divertir, o transporte colectivo transpõe os 120 kilómetros numa trajectória que me rebenta as que soturas da paciência com tantas voltas, revoltas, torneios, rodeios e desvios. A paisagem vermelha e cinzenta cede ao verde vivo dos pinheiros mansos que se abraçam numa floresta cersida pelas actividades humanas, seguidamente ao amarelo torrado dos pastos secos que se estende por lonjuras e lonjuras até embater num só pinheiro manso isolado rei de uma pequena colina, depois aos vales claustrofóbicos e insinuados em que, além da estrada sinuosa e recurvada, apenas arbustos, medronheiros e azinheiras se afirmam. Demasiado tempo para tal distância. Os joelhos cedem à dor e ao desconforto, os olhos ao cansaço, o corpo todo geme pela fuga da prisão. O tempo cinde-se, metamorfoseando o presente numa bifurcação de passado e futuro que se entrecruzam na trança enlaçada pelo destino.

segunda-feira, junho 26, 2006





Humanity is sitting on a ticking time bomb. If the vast majority of the world's scientists are right, we have just ten years to avert a major catastrophe that could send our entire planet into a tail-spin of epic destruction involving extreme weather, floods, droughts, epidemics and killer heat waves beyond anything we have ever experienced.

If that sounds like a recipe for serious gloom and doom -- think again. From director Davis Guggenheim comes the Sundance Film Festival hit, AN INCONVENIENT TRUTH, which offers a passionate and inspirational look at one man's fervent crusade to halt global warming's deadly progress in its tracks by exposing the myths and misconceptions that surround it. That man is former Vice President Al Gore, who, in the wake of defeat in the 2000 election, re-set the course of his life to focus on a last-ditch, all-out effort to help save the planet from irrevocable change. In this eye-opening and poignant portrait of Gore and his "traveling global warming show," Gore also proves himself to be one of the most misunderstood characters in modern American public life. Here he is seen as never before in the media - funny, engaging, open and downright on fire about getting the surprisingly stirring truth about what he calls our "planetary emergency" out to ordinary citizens before it's too late.

With 2005, the worst storm season ever experienced in America just behind us, it seems we may be reaching a tipping point - and Gore pulls no punches in explaining the dire situation. Interspersed with the bracing facts and future predictions is the story of Gore's personal journey: from an idealistic college student who first saw a massive environmental crisis looming; to a young Senator facing a harrowing family tragedy that altered his perspective, to the man who almost became President but instead returned to the most important cause of his life - convinced that there is still time to make a difference.

With wit, smarts and hope, AN INCONVENIENT TRUTH ultimately brings home Gore's persuasive argument that we can no longer afford to view global warming as a political issue - rather, it is the biggest moral challenges facing our global civilization.

Paramount Classics and Participant Productions present a film directed by Davis Guggenheim,
AN INCONVENIENT TRUTH. Featuring Al Gore, the film is produced by Laurie David, Lawrence Bender and Scott Z. Burns. Jeff Skoll and Davis Guggenheim are the executive producers and the co-producer is Leslie Chilcott.


segunda-feira, junho 19, 2006

Não consigo precisar se a tarde ainda corria curta ou já se esticava para as horas do jantar, ou possivelmente o sol se havia retirado das ruas, cedendo-as aos vultos nocturnos, apenas tenho a certeza do agrado por chegar a casa, de estar cansado de mais uma luta pelo pão nosso de cada dia, e de como a familiaridade da penumbra que de ter alcançado o refugio retemperava parcialmente tanto as minhas forças e o meu ânimo. Talvez cansado seja um adjectivo excessivo, porque verdadeiramente cansado não estava, apenas o corpo moído do lufa-lufa, do percorrer quilómetros ininterruptos sem que eles, entre cada chegada e partida, expliquem a distância que se palmilhou, sempre entra e sai, volta aqui anda cá pois ainda preciso de ti, aqui e ali, mas afinal é noutro sitio, e vai lá outra vez, não te atrases, não te esqueças, o trabalho não foge, o que tens para fazer não azeda mas por favor acode à minha aflição, primeiro os primeiros e antes de todos os outros eu, salva o meu microcosmos de colapsar no buraco negro da minha própria ignorância, enfim, não estava fisicamente esgotado, mas bastante moido e farto de bater as asas fora do ninho.

Atravessei a barreira que permeia a minha vida de cidadão anónimo e o meu mundo privado, e assaltou-me a impressão de que as paredes se encontram dispostas ao contrário do habitual, como se uma entidade superior tivesse arrancado a casa pelas fundações, e após lhe esticar as entranhas, lhe remodelado o interior, lhe tivesse invertido dentro e fora, e replantado os seus quatro cantos de modo a que, intencionalmente, estes que coincidissem com os pontos cardeais diametricamente opostos aos descrtitos no registo predial. Lembro-me claramente de reparar em como estranhei o facto de que a porta do meu quarto se havia modificado signitivamente, o branco acrilico exemplarmente espalhado na porta estava envelhecido, estava podre e gasto, com grandes falhas nas camadas de tinta desnudando a madeira, uma consequência irrefutável do excesso de humidade e de uma inegável ausência de zelo, assim como me lembro-me de anotar mentalmente que isso conferia ao corredor um ar indigente e desmazelado. No entanto o corredor não se encontrava desarrumado, muito pelo contrário, sendo destrinçável pela essência de jasmim que o soalho de madeira fora limpo recentemente. O que também me surpreendeu foi pisar o chão duro, sensação que contrariava o já familiar toque almofadado da alcatifa caqui.

Desprezando o instinto que gritava "irrealidade" sigo para a cozinha, e encontro-te esperando-me sentado num banco, costas encostadas à mesa, sorriso amável e bondade contagiante, tronco nu peludo, calções castanhos, sandália no pé, cerveja na mão, e alegria por eu finalmente chegar. Sei que não és tu, que não estás ali, que és um espirito que me visita, e mesmo ciente da diferença da nossa natureza existencial estou feliz por te ver. Batemos as palmas, como dois jogadores que celebram um golo, e ofereces-me uma garrafa de cerveja. Eleva-mos as duas garrafas ao nível dos olhos, tocando as bases das garrafas num brinde, cada qual emborca o seu refresco alcoólico, segue-se o ritual de arrotos e risos. Com a tua mão aberta bates-me nas costas e entoas como um pregão "Ó Costa" porque sabes como detesto ser tratado desse modo, seguido de um "Tá-se??!". Sento-me no outro lado da mesa, e a conversa flui. Conto-te as minhas últimas estórias e os últimos segredos dos outros, detalho-te paranóias recentes e rimo-nos com as minhas boçalidades. A cerveja acaba, não bebemos outra.

De repente a temperatura cai, as cores alteram-se. Tu desapareces. Eu sozinho, sem palavras, atordoado. Atónico encaro dois guarda-sois que, como lanças, me tentam perfurar, que me expulsam da mesa, que querem expulsar da casa. Confuso penso Não és tu, É um espirito mau, sádico, ardiloso e mal intensionado, Possivelmente algum antepassado do dono da casa oitocentista que regressa ocasionalmente, para destilar o seu ódio e atormentar as almas dos ainda vivos. Encostado contra a parede, estupidificado com medo, sentindo as estocadas contudentes decididas a me separarem as costelas, sem fuga possivel, decido acordar.

Sentei-me na cama, o lençol cobrindo-me as pernas, fixo o nada que se interpõe entre mim e a parede, onde se projecta a luz do candeiro que que alumia a rua, tentando destrinçar o pesadelo da oferta da amizade.

Dias depois compreendi que havia visitado uma mansão antiga, em que possivelmente irei também repousar um dia. Mas por ora a minha condição de visita só me permite um salvo-conduto de curta duração, terminado o qual não devo insistir em me demorar.



Que coisa é aquela,
Está na praia e é amarela?
É a tenda dos Merdas!

Não rapes a barba, não cortes o cabelo!
Olha que a Dona Jaciana dá-te cabo do pêlo.
Jaciana da Merda!

Tu queres uma coca-cola?
Eu quero uma coca-cola.
Tu queres um ginger ale?
Eu quero um ginger ale!
Mas não me chames Teddy Boy!
Mas não me chames Teddy Boy!

Cagalhões a saltar, rabanetes a voar!
Só na tenda dos Merdas!

Que coisa é aquela
Que está na praia e é amarela?


sexta-feira, junho 16, 2006




So you wanna be a rock superstar, and live large
a big
house, 5 cars, a big charge
comin' up in the world,
don't trust no body
gotta look over your shoulder
constantly

I remember the days when I was a young kid
growin up
looking in the mirror, dreamin about blowin up
the rock crowd, make money, chill with the honeys
sign
autographs or whatever the people want from me
it's
funny how impossible dreams manifest
and the games that be
comin with it
nevertheless
you got to go for the gusto
but you dont know
about the blood, sweat and tears
and
losing some of your peers
and losing some of yourself to
the years past,
gone by
hopefully it dont manifest
for the wrong guy
egomaniac and the brainiac
dont
know how to act
48 tracks
studio gangster, mack,
sign the deal, thinks he's gonna make a mil
but
never will til he crosses over
still filling your head with
fantasies
come with me, show the sacrifice it takes to make
the cheese

You wanna be a rock superstar in the
biz
and take shit from people who dont know what it is
I wish it was all fun and games but the price of fame is
high
and some cant pay the way
still trapped in what
you rapping about
tell me what happened when you lost
the route you took started collapsing
no fans no fame no
respect no change no women
and everybody shittin on your
name

you ever have big dreams of
making real cream
big shot, heavy hitter on the
mainstream
and you wanna look trendy
in the Bentley,
be a snob and never act friendly
you wanna have big fame,
let me explain
what happends to these stars and their big
brains
first they get played like all damn day
long as
you sell everything will be ok
then you get dissed by the
media and fans
things never stay the same way they began
I heard that some never give full to the fullest
that's while fools end up dining on the bullet
think
everything's fine in the big time
see me in my Lex
with chrome raised high
so you wanna roll far
and live
large
it aint all that goes with bein a rock star

my own son dont know me
I'm
chillin in the hotel room lonely
but I thank God I'm
with my homies
but sometimes I wish I was back home
but only no radio or video didnt show me
no love, the
phony, gotta hit the road slowly
so the record gets pushed
by Sony
I'm in the middle like mony
and the press
say that my own people disown me
and the best way back
is to keep your head straight, never inflate the cranium
they're too worried about them hunnies at the Paladium (a
venu inLA)
who just wanna cling on, swing on, and so on
go on, fall off, the ho's roll on
til the next rap
superstar
with no shame
give em a year, he'll be
right out the game
the same as the last one who came before
him
gained fame, started gettin ignored, I warned him
assured him, this aint easy take it from Weezy
sleezy
people wanna be so cheesy, they're fucking evil (gun
cocknoise)

assassins, assassins...

domingo, junho 11, 2006

Ao observar a catadupa de soluços Guilherme sentia-se culpado: pelo segredo que ocultava a sua identidade real; pela forma em como se apaixonara por aquele emaranhado de emoções contraditórios; pelos seis meses eu que, educadamente, mimara e assediara aquele corpo perfeito, de tez argentea e aveludada; de intocada perfeição carnal intocada abarrotando de uma libido abarrotando da força primordial que concedeu Eva a Adão. Ela, no entanto, apartada pela dúvida vacilante com que se debatia na juventude belamente andrajosa que ansiosamente a encarava, afundava-se na surdez autista das suas próprias hesitações. Domando os espasmos compulsivos que lhe tomavam o corpo, Laila re-enclausurou as lágrimas retardatárias, as unicas que consegui conter, antes que desertassem entre as pestanas negras, longas, perfeitas mesmo imersas em desalento e angustia. O rosto de porcelana contorceu-se numa careta de franca dor, e os lábios retorcidos responderam, arrastando as palavras num cantico de sereia moribunda: "Não, não, não, não... Sinto que não te posso amar. Nãonãonãonão, nunca um beijo meu poderá te ser oferecido..."; sem forças deixou-se cair, vestido branco agora castanho, cetim e seda com floreados rasgados, "nunca poderia, nunca poderei, nunca serei um verdadeira Princesa se cedo as impulsos dos sentimentos, à injustiça da paixão, se não consigo desacorrentar o meu coração desde fogo que embora quente... não me pode enobrecer a mendicidade emocional de um pebleu. Nãonãonãonãonão... Não... Desculpa amor, mas só a um Principe concederei um beijo, não a ti, a ti nada, por muito que sejas tudo e muito para mim..."

sexta-feira, junho 09, 2006

(aviso que a estória está a meio... mas em prol da pedagogia da net não resisto a deixar este video... pode sempre ser util)

quarta-feira, junho 07, 2006



Behold the King
The King of Kings
On your knees dog
All hail

Bow down to the
Bow down to the King
Bow down to the
Bow down to the King

The King grinned red
As he walked from the blaze
Where the traitor lost both his name and his face
Through the halls and the corridors
Stinging in blood
He tasted his grin and it tasted good
The King took his head
Left him broken and dead

Bow down to the
Bow down to the King
Bow down to the
Bow down to the King
Bow down to the
Bow down to the King

The King left none living
None able to tell
The King took their heads
And he sent them to hell
Their screams echoed loud
In the place of their death
Ripped open they died
With their final breath
They hailed to the King
The King of Kings

Bow down to the
Bow down to the King
Bow down to the
Bow down to the King
Bow down to the
Bow down to the King

Into the dirt
His will be done
Now feel your fear
There can be only one

Bow down
Bow down
Bow down to the
Bow down
Bow down
Bow down
Bow down to the
Bow down
Bow down to the
Bow down to the
Bow down to the King
Bow down to the
Bow down
Bow down
Bow down

The King is here
Now feel your fear
The King of Kings

All hail
All hail the King
On your knees
On your knees for the King

The King of Kings
There is only one

segunda-feira, junho 05, 2006

Com o joelho esquerdo apoiado no chão, e de joelho direito elevado Guilherme encontrava-se numa posição que espelhava o dia em que houvera se comprometido como cavaleiro protector do seu reino. Então havia se comprometido defronte da cruz da imensa catedral, na presença do Bispo, de Deus, de seu pai e dos seus pares. Agora encontrava-se quase sozinho naquele bosque, envergando a das roupagem castanha do seu humilde pajem, procurando um sinal da resposta na imensidão daqueles olhos cinzentos e brilhantes que o fixavam, vagueando o seu coração entre a alegria do cárcere ou a amargura da liberdade. Inseguro, resolveu insistir, repetindo as palavras que há pouco proferira, após ter delicadamente beijado, obedecendo aos seus ritos e preceitos, a mão suave que se moldava entre a sua mão. "Princesa Laila, doce paraíso celeste que o divino, na sua imensa bondade e condescendência, se permitiu partilhar connosco, mortais pecadores, enaltecendo as nossas vidas ao granjear-nos com a vossa sublime existência aquando da nossa penosa caminhada pelo mundo terrestre; Princesa Laila, cujos olhos são a constelação em que o meu afecto encontra a estrela-guia, e que o meu amor ruma ávido, iludido pela esperança de saborear a riqueza de perfumes e especiarias que o vosso corpo exalada; Princesa Laila, senhora de virtudes serenas e de belezas inenarráveis que me prendem, escravo de senhora ausente, prisioneiro de guerra na batalha do amor; a vós ofereço tudo o que tenho e que não tenho; a vós dedico todos os momentos sagrados e profanos que possa vir a desfrutar; a vós dedico a minha alma, minha vida, a minha honra; tudo isto e tudo mais que desejardes, apenas para encontrar hoje o caminho dos vossos lábios; mais não peço, pois eu, mero pajem, sinto-me indigno de vos pedir a mão, mas sei que o meu amor por vós é digno, e por isso vos mendigo um beijo..."

Uma, duas, três eternidades passaram, e Guilherme fixando aqueles olhos cinzentos, os olhos que o prendiam como amarras a um ardor sufocante, perdido no seu brilho, hipnotizado pelo rio que crescia entre as pestanas perfeitas daquela princesa plena
de uma amalgama singular de beleza e pureza. Um suspiro profundo impregnado do perfume real rompeu as manilhas que retinham as comportas, e um dilúvio plangente invadiu os campos rosados do rosto da princesa.

sexta-feira, junho 02, 2006

Caros amigos, fãs e assíduos leitores em geral...

...É oficial...

A banda Ovelha Brava & the DeadSheepS está a recrutar instrumentistas. Se és boa a dar musica fala connosco...





She was a fast machine, she kept her motor clean,
she was the best damn woman I had ever seen.
She had the sightless eyes, telling me no lies,
knockin' me out with those American thighs.
Taking more than her share, had me fighting for air,
she told me to come, but I was already there.
'Cause the walls start shaking, the earth was quaking
my mind was aching, and we were making it.


And you shook me all night long.
And you shook me all night long.

Working double time on the seduction line,
she was one of a kind, she's just mine, all mine.
She wanted no applause, just another course,
made a meal out of me and came back for more.
Had to cool me down to take a?..nother round,
now I'm back in the ring to take a?.nother swing.
'Cause the walls were shaking, the earth was quaking,
my mind was aching, and we were making it.

And you shook me all night long.
And you shook me all night long.
And you shook me all night long.
And you shook me all night long.

And you shook me all night long.
And you shook me all night long??


You shook me all night long
AC/DC