quarta-feira, janeiro 27, 2010

É hoje. Definitivamente te abandono. Definitivamente vou embora. Sem um adeus escaparei pela porta fora. Dormes, descansas, sob o conforto dos nossos lençóis também tu te abandonas. Confias em mim, confias minhas palavras, excessivamente até. Porque tomaste as minhas palavras para ti, escolheste as que mais te convinham, como um perfume que dá textura à tua roupa, elas foram exaladas pois eram as palavras que precisavas ouvir. Ofereci-te também outras, gratuitamente, com um sorriso e sinceridade, mas essas tu não as quiseste, não ouviste, não ligaste, implicitamente recusaste aceitar eu ser quem eu sou. Definitivamente te abandono, pois hoje, silenciosamente tranco a porta e vou-me embora. Deixo as chaves de casa no tapete, fingindo-as esquecidas no chão. Os telefones também ficam, hão-te tocar na tua cabeceira quando acordares e ligares para mim. Cobardemente, eu assumo, não ter mais palavras para ti. Já as tive, e humildemente te as ofereci. Gastaste-as, usaste-as, ignoraste-as, espremeste o meu léxico para aproveitar o suco primaveril, cuspiste o restante consoante a tua conveniência. Silenciosamente te abandono. Sem um adeus, pois nem um adeus me deixaste para eu te deixar a ti.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

pensarei em como um dia te direi adeus, mas primeiro tenho que esvaziar esta garrafa