segunda-feira, março 27, 2006

Era ainda noite, e pouco se via, salvo o amarelo florescente dos coletes que, arrastando corpos apressados, ultimavam a partida. Era a noite do segundo dia de aventura, tornada madrugada do terceiro. Aquela madrugada fresca, mas não fria, fora encurtada pelo roubo de uma hora, mas haveria de se demonstrar longa para quem rasgava o caminho rumo a Fátima. Não se ouviam animais, nem o vento, nem as nossas vozes, nem o tilintar das correntes mesmo quando pedalavam. Naquela madrugada fresca, todo o ar era humidade, e todo o som era abafado no constante quebrar de uma onda. Uma só, continua, longa, mestra de toda aquela madrugada, que nos cobria como uma manta de um nevoeiro, que era, também, eco daquele continuo quebrar.

Um a um, alinhados, conduzidos pelo mesmo Senhor, os coletes partiram, arrastando corpos nervosos e ensonados. Seria a ultima etapa daquela peregrinação de três dias. Mais um orgão em movimento, desse grande corpo que se reunia em festa, iniciando as comemorações que, durando um ano, irão celebrar um centenário de vida da fraternidade escutista.

Rapidamente os coletes se ocultaram, curvando para a negritude da noite. As luzes acenderam-se. O motor aqueceu. Lentamente os vidros se desembaciaram, e, quando limpos, as viaturas ganharam vida, e os farois iluminavam a noite. O alcatrão era claro, a estrada não estava marcada, e árvores rodeavam-na, perfumando-a com romantismo e mistério. A Lua nascia, grande, imponente, mesmo diminuida pelo seu ciclo, e, àquela hora tardia, tornava cedo a noite, que já perto do sol se entendia.

Cruzou-se a primeira serra, desceu-se o vale, subiu-se meia encosta, e esperou-se... Esperou-se... Esperou-se... Desesperou-se... Desanimou-se... Conspirou-se e congeminou-se... E, quando os primeiros raios de sol saltaram o cume da montanha, presenciando o navegar das nuvens brancas pelo azul vivo do céu, adormeceu-se...

Os coletes chegaram amarelos e alvoraçados. Perderam o brilho da noite, mas ganharam na desgarrada de contraste com o vermelho vivo das t-shirts. Um caíra ao chão, arrastando com ele o corpo que o alojava, cortando-lhe o queixo e ferindo-o no joelho. Dos restantes, grande parte mantinha-se cheio de energia, só uns poucos se queixavam. Os coletes pararam, alimentou-se os corpos, e alimentou-se a alma. Depois, novamente partiram, levando sorrisos e suor até ao santuário, onde a oblacção do esforço seria, finalmente, consagrada ao Pai.
E dizes tu que és meu amigo
Que me dás tudo o que eu tenho preciso
Eu quero mais, Quero muito mais

E dizes tu que és meu patrão
Tenho muita sorte em não dormir no chão
É o que tu dizes, é o que tu dizes

E vens tu mais a tua tropa
E eu só tenho a minha manta rota
E já sei que vou levar com a moca
Por tentar abrir a boca
Mas comigo é sempre assim
Eu sei lutar até ao fim
É tudo ou nada

por xutos e pontapés
Adoro as leis de murphy, e por isso delirei com estas, feitas por crianças. Degustem e apreciem. Logo comentarei...

"Se gostavas de ter um cão, começa por pedir um cavalo."
Luis - 13 anos


"Nunca te metas com uma miúda que já te bateu uma vez"
Pedro - 9 anos


"Se a tua mãe esteve a discutir com o teu pai, não a deixes pentear-te."
Sara - 12 anos


"Se quiseres dar banho a um gato, prepara-te para tomares um também."
João - 10 anos


"Nunca se deve confiar num cão para guardar a nossa comida."
Gonçalo - 11 anos


"Nunca entre numa corrida com os atacadores desapertados."
André -12 anos


"Quantos mais erros faço mais esperta fico."
Inês - 8 anos


"Há muitas coisas que a gente sabe e que as notas não dizem."
Rita - 10 anos


"Quando as coisas estão escritas em letras pequenas é porque são importantes."
Diogo - 10 anos



ATRACÇÃO FATAL

"Não sei. Acho que é por causa do cheiro das pessoas. Por isso é que os perfumes e os desodorizantes são tão populares."
João - 9 anos


"Primeiro temos que ser atingidos por uma seta. Depois, deixa de ser uma experiência dolorosa." Helena - 8 anos.

"Se uma pessoa tiver sardas, ela vai-se sentir atraída por outra que também tenha sardas."
André - 6 anos



A IDADE CERTA PARA CASAR

"Aos oitenta e quatro anos, porque nesta idade ja nao precisamos de trabalhar e podemos passar o dia inteiro a namorar com a outra pessoa."
Júlia - 8 anos


"Eu vou-me casar assim que sair do infantário."
Tomas - 5 anos




SOLTEIRO OU CASADO ?

"As raparigas devem ficar solteiras. Os rapazes devem casar-se para terem alguém que lhes limpe a roupa e lhes faça a comida."
Catarina - 9 anos


"Fico com dor de cabeça só de pensar nesse assunto. Sou muito pequena para pensar nesses problemas."
Lina - 9 anos


"Uma das pessoas deve saber preencher um cheque. Mesmo que haja muito amor, é sempre necessário pagar as contas."
Eva - 8 anos



MANTER UMA RELAÇÃO

"Passar a maior parte do tempo a namorar em vez de irmos trabalhar."
Tomás - 7 anos


"Não esquecer o nome da namorada. Isso estragava tudo!"
Ricardo - 8 anos


"Pôr o lixo lá fora todos os dias."
Guilherme - 5 anos


"Nunca dizer a uma pessoa que se gosta dela se não for verdade."
Pedro - 9 anos



BELEZA

"Não tem a ver com sermos bonitos ou não. Eu sou bonito e ainda não encontrei ninguém para casar comigo."
Ricardo - 7 anos



TÁCTICAS INFALÍVEIS

"Diz a toda a gente o quanto gostas dela. E não te importes se os pais dela estiverem ao pé."
Manuel - 8 anos


"Levá-la a comer batatas fritas, costuma funcionar."
Bernardo - 9 anos


"Eu gosto de hamburgueres e também gosto de ti."
Luis - 6 anos


"Abanamos as ancas e rezamos para que tudo corra pelo melhor."
Carla - 9 anos



AMOR

"O amor é a melhor coisa que existe no mundo. Mas o futebol ainda é melhor!"
Guilherme - 8 anos


"Sou a favor do amor, desde que ele não aconteça quando estão a dar desenhos animados."
Ana - 6 anos


"O amor encontramos mesmo quando nós tentamos nos esconder dele. Eu fujo dele desde os 5 anos mas as raparigas conseguem sempre encontrar-me."
Nuno - 8 anos


"O amor é a loucura. Mas quero experimentar um dia."
Fabio - 9 anos

quinta-feira, março 23, 2006

Ser poeta é lixado, reclamava há dias alguém na rádio. Pois é: tomar a opção de vida de não fazer nada, e de viver dos rendimentos dos outros oferecendo-lhe palavras doces e oníricas é uma profissão em risco de subsistência. Afinal, cada vez mais, e melhor, se pode colher, gratuitamente, na internet, as ofertas de ideias e palavras que muitos que são poetas, sem dessa profissão viverem, distribuem por quem os queira receber.

Sou contra os subsidios excessivos aos artistas, pois acredito no reconhecimento do mérito, e não na subsistência subsidiada. Talvez por isso não gostem muito daqueles que querem ser poetas profissionais, pois ser poeta nunca pode ser uma profissão ou um modo de vida. Pois a poesia surge do sofrimento, da ausência, da privação, da vida em tribulação.

terça-feira, março 21, 2006


Pode ser que um dia deixemos de nos falar...

Mas, enquanto houver amizade faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer, um do outro há-de-se lembrar.

Pode ser que um dia nos afstemos...
Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproxima.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade, nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecivel cada momento que juntos viveremos e nos lembremos para sempre.

Há duas formas para viver a nossa vida:
Uma é acreditar que não existem milagres...
Outra é acreditar que todas as coisas são um milagre...

(talvez de Albert Einstein...)

segunda-feira, março 20, 2006

Definitivamente tenho de comprar um computador portátil...

Estou farto de perder ideias :(

sexta-feira, março 17, 2006

Rebanho

Tu, que vives isolado, no teu canto, sem nunca gritares. Tu, perdido no grupo, tudo vez sem nada reparares! E quando tentas, finalmente, marcar um passo e te afirmares, existe alguém que te estende a mão e te empurra para te afundares!

Nesse dia terei pena de ti... Finalmente tu irás ver! No rebanho a presa és tu; meu amigo, eu vou-te comer...

Tu hás-de chorar pelo tempo que deixas passar, pelas horas que te escorrem pelas mãos, e tu vivendo sem teres convicção...

Nesse dia terei pena de ti... Finalmente tu irás ver! No rebanho a presa és tu; meu amigo, eu vou-te comer...
Como um tapete que foge debaixo dos nossos pés, desiquilibrando-nos e derrubando-nos no chão, assim o meu tempo me fugiu. Não esperava, e já não nem me lembrava como era esta sensação, e por isso estou num estado de semi-confusão. De repente, onde havia um excesso de disponibilidade surgiu um enorme vacuo, sugando energias e alegrias.

Como um tapete que foge debaixo dos nossos pés, desiquilibrando-nos e derrubando-nos no chão, assim o meu coração me fugiu. Não esperava, e já não nem me lembrava como era esta sensação, e por isso estou num estado de semi-confusão. De repente, sem de modo algum estar preparado, encontro-me num vortice de emoções.

Agarro-os, seguro-os, puxo-os de volta, obrigo-os a voltar a mim, senão ao meu controlo pelo menos à aceitação do rumo que querem tomar. Como duas capas, neles me embrulho... Não os consigo prender, e por isso deixo-me arrastar pela sua magia, preparo um sorriso, e aprendo a apreciar a viagem.

quinta-feira, março 16, 2006

(A)The other night dear as I lay sleeping,
I dreamed I (D)held you in my (A)arms,
When I a(D)woke dear I was mis(A)taken
And I hung my (E)head and I (A)cried,

Chorus:
You are my sunshine, my only sunshine,
You make me (D)happy when skies are (A)gray,
You'll never (D)know dear, how much I (A)love you,
Please don't take my (E)sunshine (A)away,

I'll always love you and make you happy,
If you will (D)only say the (A)same,
But if you (D)leave me to love an(A)other,
You will regret it (E)all some (A)day,

Repeat Chorus

You told me once dear, you really loved me,
and no one (D)else could come be(A)tween,
but now you've (D)left me and love an(A)other,
you have shattered (E)all my (A)dreams,

Repeat Chorus

quarta-feira, março 15, 2006

genuinamente gosto desta palavra.

quinta-feira, março 09, 2006

One Question IQ Test





Here's a one question IQ Test to help you decide how you should spend the rest of your day......





There is a mute who wants to buy a toothbrush. By imitating the action of brushing one's teeth,



he successfully expresses himself to the shopkeeper, and the purchase is done.





Now if there is a blind man who wishes to buy a pair of sunglasses, how should he express himself?



Think about it first before scrolling down for the answer.







































He opens his mouth and says. "I would like to buy a pair of sunglasses."

If you got this wrong - please turn off your computer and call it a day.



I've got mine shutting down right now.

terça-feira, março 07, 2006

Falemos de caricaturas... Exactamente, essas mesmos... Aquelas que quase meio mundo defende, aquelas que quase meio mundo queima, e aquelas com as quais quase meio mundo pouco se importa.

Assusta-me a dimensão da polémica das caricaturas. Não por estas ferirem a sensibilidade religiosa de milhares (milhões...) de pessoas, mais por constatar quem são os principais intervenientes.

A liberdade de um artista em criar é indiscutivel, pois, em ultima análise, a criação das suas obras é um mérito em si, oferecido pelo Pai ao que soube investir e fazer render os seus talentos. Mas se uma coisa é criar algo cuja beleza pode ser apreciada ou não, outra é forçar uma obra criada a quem a considere ofensiva, ou pior, transformar essa mesma obra num icon de arrogância e de intolerância. Compreendo que o islâmismo se sinta ofendido: afinal a sua lei não permite imagens humanas, e por isso será ainda menos permissiva à profanação da imagem do seu profeta em caricaturas.

sábado, março 04, 2006

Lembro-me da ultima vez em que estive violentamente apaixonado.

Lembro-me da inquetude que surgia com a ausência da pessoa amada; lembro-me de procurar partilhar avidamente os pequenos e grandes momentos; lembro-me de apressar actividades e compromissos de forma a regressar ao conforto do ninho o mais depressa possivel.

Lembro-me de como o mundo se transformou em dois mundos distintos e na maior parte das situações antagónicos: um mais pequeno e retrito, composto por duas almas presas a dois corpos que se queriam um só em toda a extensão, alcançando toda a sua plenitude num plano existencial privativo, no qual todas as promessas de felicidade eterna confluiam e se concretizavam em cada segundo; e um mais real e cru, onde os planos esboçados em sonhos comuns esbarravam no pragmatismo da realidade...