sexta-feira, janeiro 27, 2006

...de um mail que recebi.


Onde as pessoas são amigas uma das outras e não são invejosas.

A Paz mora nas pessoas que não querem guerra nem insultam os outros.

A Paz mora dentro do nosso coração, no céu e em todo o mundo.

Nos Oceanos também.

Estas e outras frases foram escritas por crianças da escola primária do Externato “As Descobertas” onde deixámos duas perguntas: “o que é a Paz?” e “onde mora a Paz?”.

Os alunos tinham entres sete e dez anos e deram respostas extraordinárias.

Primeiro porque todos, sem excepção, têm uma noção exacta de que só é possível haver paz se as pessoas se aceitaram umas às outras.

Depois porque revelam uma lucidez incrível na forma como analisam uma questão universal.

Interrogados sobre a Paz, respondem que “é quando as pessoas se respeitam” ou “quando é uma sociedade bem formada em que todos têm direitos e igualdades, em que a guerra é inútil e há um mundo sem armas em que os conflitos são feitos em palavras”.

Converter todas as armas em palavras é, porventura, a maneira mais subversiva de pôr fim à guerra. A única maneira sensata, aliás. Quando uma criança escreve que a “paz é dizer desculpas por eu ter feito mal a agora vamos ser amigos” comove pela candura mas arrepia pela impossibilidade da coisa. Infelizmente, hoje em dia, pedir desculpas não basta para travar uma discussão e muito menos serve para suspender uma guerra.

O que dói é que todos nós sabemos isto mas as crianças ainda não. As crianças ainda acreditam que “a paz mora na Ásia, na Oceânia, na América Central e na América do Sul”. Não sabem nem suspeitam que é tudo mentira. Acreditam na paz como o pequeno (e adorável) Joshua, do filme “A Vida é Bela”, acreditava nas regras do jogo que o pai inventou para o manter divertido e feliz em pleno campo de concentração nazi.

“A Paz mora no céu, onde Deus vive” escrevem uns, porventura mais esclarecidos. Ou cépticos, depende do ponto de vista. Outros mais poéticos, dizem que “a Paz é ser livre, é como viver no Paraíso” ou “é o silêncio, não lutar, não poluir as ruas nem o mar”. Outros, ainda, mais práticos, declaram que a “Paz é um sítio calmo e sossegado e muito bom para estar quando se está cansado”. No fundo, todos eles dizem a mesma coisa de várias maneiras: a paz só é possível quando não há guerra!

Num momento em que todos assistimos aos descalabros da guerra vale a pena pensar no horror de tudo o que lemos, vemos e ouvimos e investir activamente na teoria de uma destas crianças. Aquela que diz que “a Paz mora em todos nós”.

Laurinda Alves
Xis ideias para pensar
Oficina do Livro

2 comentários:

@ndrei@zul disse...

=) a semana passada tive em Fátima numa formação para voluntários missionários, em que a Laurinda Alves foi falar sobre voluntariado.. e fiquei fã dela! a verdade é que conhecia só mais de nome e de algumas (poucas..) coisas escritas, mas confesso que me encantou pela simplicidade e verdade de discurso.. mt bom! a partir daí tem sido esbarrar com coisas dela!.. 1º o seu comentário ao Príncipe e a Lavdeira e agora isto! =) há pessoa que valem a pena ser ouvidas/lidas!!..
um exemplo verdadeiro de cristianismo comprometido com o mundo e para o mundo! uma senhora!
baci

Anónimo disse...

Paz.. é quando em vez de gritar, por estarem longe, os corações se juntam.
E receber os raios de sol, como uma chuva dourada, límpida, que deixa ver melhor o rosto do Homem. O rosto já sem terror, sem necessidade, sem urgências de poder.

Paz para ti.

**m*