domingo, junho 11, 2006

Ao observar a catadupa de soluços Guilherme sentia-se culpado: pelo segredo que ocultava a sua identidade real; pela forma em como se apaixonara por aquele emaranhado de emoções contraditórios; pelos seis meses eu que, educadamente, mimara e assediara aquele corpo perfeito, de tez argentea e aveludada; de intocada perfeição carnal intocada abarrotando de uma libido abarrotando da força primordial que concedeu Eva a Adão. Ela, no entanto, apartada pela dúvida vacilante com que se debatia na juventude belamente andrajosa que ansiosamente a encarava, afundava-se na surdez autista das suas próprias hesitações. Domando os espasmos compulsivos que lhe tomavam o corpo, Laila re-enclausurou as lágrimas retardatárias, as unicas que consegui conter, antes que desertassem entre as pestanas negras, longas, perfeitas mesmo imersas em desalento e angustia. O rosto de porcelana contorceu-se numa careta de franca dor, e os lábios retorcidos responderam, arrastando as palavras num cantico de sereia moribunda: "Não, não, não, não... Sinto que não te posso amar. Nãonãonãonão, nunca um beijo meu poderá te ser oferecido..."; sem forças deixou-se cair, vestido branco agora castanho, cetim e seda com floreados rasgados, "nunca poderia, nunca poderei, nunca serei um verdadeira Princesa se cedo as impulsos dos sentimentos, à injustiça da paixão, se não consigo desacorrentar o meu coração desde fogo que embora quente... não me pode enobrecer a mendicidade emocional de um pebleu. Nãonãonãonãonão... Não... Desculpa amor, mas só a um Principe concederei um beijo, não a ti, a ti nada, por muito que sejas tudo e muito para mim..."

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