quarta-feira, março 28, 2007

Deitados na colina verdejante observávamos as estrelas. O odor acre da relva recém cortada dançava em nosso redor. Não era só a clorofila que invadia os nossos pulmões: a cerveja azeda derrotara os nossos estômagos, e ali, deitados e derrotados, nos prostramos. O jogo já terminou?, perguntaste. Tentei focar o conjunto de estrelas que constituem a ursula menor. Permaneciam inquietas. Muito para o meu desagrado as estrelas tanto aumentavam como diminuíam de numero, seguindo um caprichoso ritual secreto. Quantas são afinal? perguntei, são sete ou oito, ou mais ou menos, não sei! Não estou preocupado a pensar nisso. Elas são quantas quiserem. Podem ser até mil, e ninguém se ter apercebido, e ter-se relaxado na atribuição dos nomes, perdendo uma oportunidade de tornar mais uns deuses ou pseudo-deuses gregos em imortais observadores das desgraças terrestres. Devem ser só sete, afinal, o mundo não tem tantos cataclismos assim que necessitem de tantos deuses; Dizes tu, porque não moras em todo do lado do mundo, e além do mais, estás demasiado bêbado para te levantares, ou sequer contares as estrelas. Calei-me, e esqueci-me de responder. Realmente estava demasiado entorpecido para pensar em algo de útil. Desisti de discutir, até de me levantar. Diluí-me no verde da clorofila, a terra abriu-se e engoliu-me.

3 comentários:

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=Q4pppHD7HNQ
A diversidade da vida fascina-me, a vida é vida!

Anónimo disse...

gostei muito!

Anónimo disse...

Esta é a primeira vez que comento algo num blog. Talvez por não ter nada para fazer, porém reconheço a utilidade púbica da coisa.
O elevado grau de masturbação mental deste janado revela que o seu estado mental vai bem para além da embriaguês. Contudo a sua alucinação é sem duvida de partilhar. Caso contrário tal prosa esvanecia-se por entre os seus neurónios torradinhos e jamais outro janado (como eu) ia ler fosse o que fosse. Que para ser sincero gostei.