segunda-feira, setembro 26, 2011

A luz que entra no quarto não te ilumina, aumenta as tuas sombras. Deitada, protegida numa manta vermelha, expiras serenamente os teus torbulentos sonhos azuis sob o vigilar atento de quem não dorme. Entre as paredes escurecidas o eter adensa-se em vida, expessando o destino que corre ante os nossos olhos, os teus protegidos, os meus vigilantes.Sorves o fluxo do mundo com todas as suas cores, coas atentamente as alegrias das mágoas, grão a grão escolhes cada esperança, lençois são a eira onde debulhas os destinos da vida. Dia e noite, tu és dia e noite. Sou sol e lua, luz e sombra, gravito em torno dos teus sonhos longe e distante, distorcendo-te a realidade, arrastando-te para o frio e escuro infinito da incerteza. A luz que entra no quarto não nos aquece, não nos ilumina, apenas mantêm a distância constante entre dois astros azuis.

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