terça-feira, junho 21, 2005

A nova série da SIC, desperate housewives, apanhou-me desprevenido. Num domingo à tarde de final de campeonato, devido a uma sequência anormal de eventos, encontrava-me a olhar para aquele monstro que debita som e luz, e a que chamamos televisão.

O episódio piloto surpreendeu-me pela complexidade do argumento, a consistência das personagens, a qualidade da fotografia e os corpos sumarentos das gajas. Criei grandes expectativas, e desde então tenho dedicado uma a duas horas do meu domingo a observar e desenvolver do enredo, o descobrir de mistérios, e o aprofundamento das relações das personagens.

Infelizmente, como muitas coisas deste mundo, fiquei desiludido ao perceber que tipo de produto me está a ser imposto: não é uma obra de arte, mas apenas mais um produto de consumo direccionado a um mercado especifico. A série, etiquetada de culto pelos seus promotores não passa de uma soap opera com uma cadência vertiginosamente rápida. Situações surreias, inverosímeis e excessivamente estereotipadas se sussedem a um ritmo vertiginoso, em acções conduzidas por musas de corpo perfeito, cuja vida jamais lhes ensinou a realidade suburbana que a série tenta recriar.

A conclusão que me fica é que DH não passa de uma nova versão do Sexo e a Cidade, onde, por conveniência e distinção de produto, a personagem central foi removida do enredo (aliás, o seu suicidio é o ponto de partida das aventuras das quatro malucas) e a acção se desenrola num ambiente menos cosmopolita.

Um 90210 dedicado às donas de casa...

Sem comentários: